Live trouxe panorama da covid-19 em Bento e importância do reforço nos protocolos

Com a apresentação de dados estatísticos sobre a covid-19 no município, o Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG) mostrou como a criação do consultório para atendimento à doença será uma importante frente de batalha contra a pandemia.

Os números foram compartilhados em live que contou com a presença do presidente da entidade, Rogério Capoani, e da vice-presidente, Marijane Paese, também membro do Observatório Regional da Saúde. No encontro virtualmente transmitido, que esclareceram questões relativas ao serviço disponibilizado pelo movimento Unidos por Bento aos trabalhadores.

Criado para compartilhar práticas para a prevenção ao contágio nas empresas, o consultório será um grande aliado também para aliviar o sistema de saúde que, depois de um período de estabilidade, voltou a apresentar alta de atendimento. “Em fevereiro e março, Bento teve uma média de 13 internações graves para cada sete dias em UTI. Em abril, esse número caiu para nove, e agora em maio foi para 10. Isso comprova que a pandemia não acabou, e nisso reside a importância do projeto, que é evitar ao máximo as internações graves”, disse Marijane, apresentando dados do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica (Sivep) do Estado.

Para ela, identificar o quanto antes os sintomas da covid aumenta significativamente a chance de permanecer vivo. “Apenas 8% das pessoas internadas em leitos clínicos não sobrevivem. Nas UTIs, o percentual de óbitos é de 35%”. Por isso, os cuidados para evitar o contágio precisam ser continuamente observados, a fim de garantir proteção e evitar restrições nos setores produtivos, reforçou Capoani. “Com o atendimento imediato dos primeiros sintomas, nosso intuito é reduzir o contágio e as internações hospitalares. Se houver um novo colapso no sistema de saúde, a que medidas vamos estar sujeitos? O CIC trabalha para evitar o fechamento das atividades”, disse.

Embora não haja como prever como será a terceira onda da pandemia, Marijane salientou que, em termos estatísticos, a faixa etária com maior número de contaminados é a de 20 a 59 anos. “É exatamente a faixa dos trabalhadores. A maior fatia se concentra entre as pessoas de 20 a 59 anos, com 77% do total”, enalteceu. Ela também se mostrou preocupada com a capacidade de atendimento do sistema de saúde. “Existe uma capacidade de cinco hospitalizações por semana em UTI para cada 100 mil habitantes. Em maio, nossa média está em 10, ou seja, o dobro da capacidade”, comentou.

E, mesmo que a vacinação tenha trazido redução no contágio e na internação de pessoas com mais de 60 anos, ainda há um índice considerável de pacientes que precisam de hospitais nessa faixa etária. “Não podemos contar apenas com a vacinação, precisamos de outros meios para conter a disseminação do vírus e até mesmo as hospitalizações”, sustentou a vice-presidente do CIC-BG.

O consultório está sob coordenação do pneumologista Alexandre Pressi, que já atendeu a mais de 2 mil infectados pela doença. Ao todo, nove médicos, todos com experiência na linha de frente no combate à covid, atendem e realizam o acompanhamento dos infectados. Essa atuação também se estende aos familiares dos trabalhadores e, por ventura, a colegas de trabalho.

Como e quando procurar o atendimento

Os trabalhadores devem procurar imediatamente o consultório assim que surgirem os primeiros sintomas virais, seja por decisão própria, seja encaminhado pela empresa. É importante que mesmo as que possuem médico do trabalho procurem o serviço. “O médico da empresa atende o trabalhador, e não o familiar. O consultório do Unidos por Bento tem essa abrangência maior”, justificou Marijane.

Ao chegar no consultório, ele é acolhido e orientado. Caso tenha sintomas de síndrome gripal, ele será isolado. No caso de não apresentar esse quadro, será submetido ao teste de covid no momento certo, após quatro dias. Caso teste positivo, será afastado, senão está apto a voltar ao trabalho. Paciente e familiares são acompanhados durante 14 dias. Inclusive, têm direito à reconsulta em caso de agravamento do quadro clínico. “O acompanhamento se dá por completo, até a fase final da doença”, disse Marijane.

É com tudo isso que o Unidos por Bento, capitaneado pelo CIC-BG, espera contribuir decisivamente no combate à pandemia, assim como fez na primeira fase da doença. Em 2020, uma campanha envolvendo entidades, empresas e pessoas físicas arrecadou mais de R$ 760 mil, verba que financiou a construção de 40 leitos na UPA, ações do Comitê de Atenção ao Coronavírus e do Hospital Tacchini e campanhas de conscientização. “O coronavírus ainda nos assola e cabe a nós reforçar todos os protocolos de segurança. Precisamos buscar novas práticas e formas de atendimento para que, unindo forças com todos os métodos possíveis de atuação contra esse vírus, nós tenhamos êxito no mais curto espaço de tempo”, reforçou Capoani.

Informações e agendamentos podem ser feitos pelo fone do consultório: 54. 9.9908-4362. Outras informações sobre o Unidos por Bento podem ser acessadas através do CIC-BG, pelo fone 2105.1999.

Para assitir

A live com Rogério Capoani e Marijane Paese pode ser acessada no canal do CIC-BG no Youtube: https://www.youtube.com/cicbg